sexta-feira, 30 de julho de 2010

Som protetor

Na sala de espera do médico, me sento perto de um velhinho que assobia sem cessar, sempre na mesma melodia de três notas: fi-fiu-fi. Ele repete a sequência logo em seguida, com uma breve pausa para respirar.
O que normalmente (e facilmente) me irritaria, me enterte. Como uma meditação, como ouvir um mantra, páro de pensar e me embalo na sua repetição de sons.
Estava assim, desligada, quando vejo a moça ao seu lado se levantar. Ela desdobra algo irreconhecível para mim. Fica ali parada no meio da sala por alguns instantes. Quando começa a falar alto e se mover devagar é que noto: é cega.
Ela diz ao velhinho assobiador:
__ Volto logo, vovô.
Entre uma sequencia e outra de assobios ele responde:
__ Vou ficar aqui esperando.
E continua a assobiar. E mesmo sem ter consciência disso, o avô continua a sua forma inventada de ser visto pela neta o tempo todo na escuridão que é só dela.
Fi-fiu-fi. Fi-fiu-fi.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Aprender é tão bom














Só para vocês curtirem as fotos do curso teórico e prático que fiz no Instituto Rio Moda com a Sheila Gies, PhD: uma goiana, que já deu aula de estilismo e moda na Universidade Federal do Ceará e é mestre em design de vestuário em Manchester (Inglaterra). Hoje ela mora na Alemanha, e esteve no RJ para, além de ensinar para um grupo super bacana de gente de várias partes do Brasil sobre design de moda e cultura material, falar sobre o tema de seu doutorado. Ela é essa loura super sorridente ao meu lado. Ela gosta tanto da Alemanha que já está parecida com uma, né? ;)


Valeu a viagem!






quarta-feira, 21 de julho de 2010

A vida é louca e as pessoas são mais ainda













Tô querendo falar do grotesco, do inesperado, do improvável, daquilo que nos é assutador. Pedi ajuda à Diane Arbus porque as palavras às vezes se tornam banais.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Passeio pelo Chile em um almoço


Sergio Cuadra me contou hoje que na Caliterra, que fica no valle do Colchaga, há 150 km ao sul de Santiago (Chile), acontecem muitos incêndios no verão. Para quem produz vinho, isso é o inferno. Só que lá eles conseguiram evitar o fogo destinando 750 ha de terra a cavalos selvagens (que nunca são montados, para evitar que o homem os roube). Os cavalos, livres, pastam sem agredir o solo, as plantações ficam mais baixas e fica mais difícil de haver fogo e das chamas se espalharem.Isto protege os 1.085 ha dos vinhedos e a incrível mata nativa preservada.

Sergio é chief winemaker dos vinhos Caliterra e nos apresentou o vinho ícone deles, o Cenit. Degustei as safras de 2005 a 2008. Achei a de 2007 mais elegante e mais pronta para ser consumida já.




Ele fez uma brincadeira divertida antes do almoço: Levou as uvas da safra de 2009, que ainda não está sendo comercializada, para que fizéssemos o nosso vinho, com a porcentagem que quiséssemos. Fizemos assim: 15% Malbec, 60% Cabernet Sauvignon e 25% Petit Verdot. Cada grupo provou todos sem saber qual era o seu e votou no melhor. O nosso não venceu, acho que ficou muito pontente, cheio de personalidade por causa da Petit Verdot. Vamos dar a ele alguns anos, quem sabe?







Os vinhos caíram muitíssimo bem com este risoto de shitake com cordeiro.
Os Caliterra podem ser encontrados na Enoteca Decanter, a quem agradeço o convite para esta palestra-degustação.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Eu e Cássia Kiss

Ela é uma das atrizes mais talentosas que eu já vi no palco. Fiquei louca ao assisti-la encenando "Zoológico de Vidro" de Tenesse Williams. Sem contar que suas personagens salvam qualquer novela da baixa audiência! Por isso quando a avistei na inauguração da Yogen Fruz no BH Shopping (seu enteado é mineiro e um dos donos) fiquei até com medo de chegar perto. Fiquei só observando de longe e saboreando meu frozen yogurt de framboesa (depois comi o de blueberry, ai ai, tava tão bom).

Cássia se sente tão bem na própria pele, cuida do corpo e estava super bem vestida, de preto com um sobretudo com um recorte moderno e cor impactante. Sorria muito, tirava fotos com todos, mesmo aqueles que nem a cumprimentavam primeiro, já chegavam clicando. Eu estava distraída, ainda comendo, quando o assessor de imprensa disse: "ela quer falar com você, vai sentar aí enquanto você saboreia seu iogurte gelado". Parte de mim gelou, mas ela logo chegou perto e se comportou como se estivesse na sua sala de estar e eu fosse uma convidada especial. Cássia estava sem nenhuma maquiagem; ela estava com os cabelos displicentes e com algumas rugas próprias da idade. E eu achei isso lindo. Raro e muito bonito.

É só escolher o iogurte (natural, com açúcar, diet, nonfat)...

Escolher a fruta congelada que vai ser misturada na hora no seu iogurte. Escolhi framboesa, por isso o meu ficou rosa. O meu de blueberry ficou roxo, lindo!

E aí é só escolher a calda e a fruta que acompanha. Escolhi calda de chocolate e morangos em pedaços. É super leve e saudável. E o melhor: o sabor é muito bom pois é feito de matéria-prima natural; achei melhor do que qualquer concorrente que já tenha provado.

domingo, 11 de julho de 2010

Revolução no armário

Depois de uma longa entrevista feita há algumas semanas, minha irmã chegou em minha casa logo cedo para que tirássemos peça por peça do meu armário e olhássemos bem para elas. Esta primeira etapa era para decidir que roupa realmente tinha que ficar dentro das minhas gavetas. Resolvi fazer a consultoria de estilo com ela não porque achasse que não soubesse me vestir ou que não gostasse das minhas roupas, mas para atualizar meu armário e o adequasse à minha idade e meu novo corpo (depois de um ano e meio de musculação perdi 5 kg e transformei muitas gorduras em alguns músculos).
É que a minha relação com roupas é muito emocional, sou muito cuidadosa com elas e por isso, duram mais de década comigo. E aí, facilmente elas se tornam uma importante recordação de momentos vividos, que já passaram e não voltam mais. Não sou de comprar muito, por isso exerço a criatividade na mistura delas ou na escolha de um acessório ou uma ou duas peças novas para repaginar o visual. E vinha percebendo que apesar de cheio, poucas eram as roupas que eu usava con frequência.
O resultado foi surpreendente: me desfiz de três sacolas grandes de roupas que serão doadas para quem precisa e outra sacola imensa de roupas que precisavam de ajuste (Camila me fez ver que usava várias peças no comprimento errado) vão para a costureira.
E o melhor, meu armário agora tem espaço para respirar! Que delícia.



Depois conto para vocês a segunda etapa, que é a montagem de looks com o registro fotográfico de um por um. E a terceira, que é sair para compras de uma pequena lista de peças tem-que-ter que a Camila está fazendo de acordo com o que restou no armário.
Resumindo: todo mundo tinha que fazer isso um dia na vida. Experiência marcante!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Minha coluna na Encontro


Clica que fica grande, depois clique de novo. Beijos a todos!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Novo site

Já falei no facebook e no twitter, mas quem perdeu aviso de novo: O nosso novo site está no ar, feito com carinho e a colaboração de vários parceiros. A webdesigner foi a Ju Araújo, menina-moça que recomendo de verdade. E olha que sou exigente!
Participei de tudo, claro, sinto como se fosse o mais novo filhinho da minha relação com o Nando, mas me foi muito caro escrever o perfil sobre ele para o site. Levei à sério, até entrevista teve, porque sei que mesmo vivendo e dormindo com alguém, a gente nunca sabe tudo sobre o outro. E gostei muito do resultado, tem muita gente elogiando e isso me faz muito feliz.
Obrigada do fundo do meu ser.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Joia orgânica


Essa sou eu vestindo uma joia da coleção "Colônias Invisíveis" de uma nova e criativa designer daqui da terrinha: Nicolle Falabella. Ela desenvolveu as peças durante dois anos pesquisando a imagem e morfologia dos fungos e o solo rochoso da Mata do Jambreiro (MG). Não é incrível?
Quem quiser ver mais, vai ter desfile:
FUMEC FORMA MODA
7 DE JULHO
19H
TORRE ALTA VILA - VILA DA SERRA - BH

sábado, 3 de julho de 2010

Porque ele é apaixonante


Sou muito bem casada, mãe, independente e resolvida, cuido da minha casa e tenho 32 anos. Nada disso impediu que me transformasse numa adolescente incurável ao finalmente assistir ao filme Crepúsculo e logo em seguida Lua Nova.

O personagem de Robert Pattinson é um vampiro: primeira razão para amá-lo. Ele toma a mocinha nos braços, a salva da morte, diz palavras lindas em seus ouvidos, escala árvores com ela nos ombros, brilha como diamante ao sol, nunca dorme e passa as noites a vigiar seu sono. Ele é um vampiro que se controla e luta contra seus instintos assassinos para protegê-la dele mesmo: segunda razão para amá-lo. Ele não morde o pescoço da amada, por mais que ela peça. Ele não quer que ela se torne um ser frio, sem alma e animalesco como ele.

Edward Cullen já viveu 109 anos como adolescente e tem um olhar para a vida de total desinteresse. Ele está enfastiado da vida. Não aguenta mais porque já viveu o suficiente para saber que a vida é uma sequência de repetições monótonas. Até que a mocinha aparece. E ele não consegue ler seu pensamento, por isso ele se vicia nesse mistério e se envolve com o frenesi de querer possuir alguém sem ao mesmo tempo o destruir.
Ainda não sei como termina, não vi a sequência, mas sei que toda história de amor tem alguns destes elementos desde que o mundo é mundo. Qual mulher não gosta de assistir isso acontecer de novo de novo de novo?
E todo vampiro sabe que tudo se repete e ecoa na eternidade.