quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Otto Stupakoff
Fui visitar a exposição de fotos do fotógrafo paulista pioneiro na moda no acervo do Instituto Moreira Salles. Estava submersa em nada mais do que olhar, olhar e olhar aquelas imagens tão lindas e doces. Nada passava em minha cabeça só o deleite da visão. As fotos eram em preto e branco e me deram um conforto imenso, assim como o lugar da mostra, límpido como leite. Estava em pé em frente na quarta ou quinta foto e uma mulher simples, mal vestida e com óculos na mão, parou ao meu lado e disse:
__ Você não está abismada com a expressividade baseada na falta de amor e desolamento que essas imagens transmitem? O que você acha?
__ Eu não sei, acabo de começar a ver.
__ Nossa eu estou impressionada na tristeza que emana dessas imagens.
Virou as costas e foi embora.
Confesso que fiquei instantaneamente mau humorada. Por que sempre as pessoas tem necessidade de intelectualizar tudo? Sinta e pronto; e deixe os outros, principalmente os desconhecidos, terem o momento deles.
Aliás, estranhos me abordam muito frequentemente para dar opiniões, contar casos da vida deles e até se intrometer na minha vida. Acho que tenho essa abertura em minha aura e isso cansa...
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Um comentário:
Eu também adorei a exposição. Fotos muito inusitadas e a maioria com luz natural. O cara fazia milagre. Beijos.
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