Sinto uma tristeza quando pego um lápis e começo a escrever num caderno ou numa folha solta qualquer. Perdi a prática, meus dedos só sabem digitar. Sinto falta da facilidade do caderno, das suas páginas em branco e de um mundo de possibilidades pela minha frente. Sinto falta da agenda em que escrevia meu diário com tanto carinho e intimidade.
Hoje quando escrevo é com uma caneta, definitiva. Sinto falta dos lápis e da minha coleção de borrachas cheirosas.
Com inveja do meu filho de cinco anos, comprei uma borracha branca, um apontador vermelho e alguns lápis. Um rosa neon que vem com uma borracha da mesma cor acoplada na outra extremidade, um preto com desenhos da Betty Boop e um verde escuro com um palhacinho de enfeite. Tenho grandes planos para eles, planos meus, só meus. Quero comprar mais lápis, sentir o cheiro da madeira fresca ao apontá-los e pensar no que escrever enquanto afio suas pontas.
E nunca mais ficar longe deles.