A campanha pela real beleza, desenvolvida pela Dove desde 1992, tem tido um efeito sobre mim sempre que a vejo. Fotos de mulheres parecidas com a gente, com suas diferenças, particularidades e defeitos são usadas para nos lembrar como as mulheres são lindas e muito diferente do que vemos nos outdoors. É massacrante o que a mídia vem fazendo com o psicológico das mulheres depois que começaram a mostrar o ideal de beleza perfeito moldado pela tecnologia. Logo que começou a campanha entendi a importância para as meninas de 13, 14 anos que já nasceram num mundo ditado pelo photoshop e não tem consciência do quanto alteradas aquelas imagens podem ser. Elas admiram e se espelham em celebridades e modelos, que se comparadas com nossa aparência, sempre vão ganhar. Buscar por essa beleza é um caminho que só vai levar as mulheres à decepção e baixa autoestima.
Pensando nisso, a empresa criou um teste do verdadeito ou falso, um jogo de ilusão divertido, para que as garotas percebam o quanto são iludidas. No final, é possível assistir a um bate-papo super bacana com meninas, que discutem o assunto. É em inglês, quem entende a língua não pode deixar de assistir. Durante a discussão, percebe-se que elas (assim como todas nós) sabem que as imagens não são reais, que são manipuladas e muitas vezes exageradamente, mas com a profusão delas, muitas vezes nos esquecemos disso e por um milésimo de segundo nos pegamos invejando o cabelo, a pele sem estrias ou celulite, o corpo sem gordurinhas ou rosto totalmente sem marcas. Em seguida, nos olhamos no espelho e invariavelmente nos perguntamos: "Porque eu não sou assim como ela?" É o caso de repetir para nós mesmas como um mantra: "Ela não existe, ela não existe, ela não existe".
Acho que só isso não basta, porém. É preciso valorizar imagens, produtos e empresas que estão freando essa tendência louca. É preciso não julgar tanto quando vemos notícias de atrizes fora do peso, sem maquiagem ou com roupas mais simples. Outro dia foi notícia o fato de algumas modelos exibirem celulite num desfile (!)
O movimento tem que começar de fora, pelas consumidoras, afinal quem compra as revistas e os produtos que prometem milagres somos nós, mulheres da vida real.
Durante a conversa com as meninas americanas, elas assistem a esse vídeo incrível aqui. Notem que a modelo do início é linda, uma maquiagem básica bastava. Minha pergunta é: para quê transformá-la em outra pessoa?
4 comentários:
muito bom
É isso mesmo. Que bom você ter percebido isso! Beijos.
Ficou muito legal a nova cara do seu blog!
Esse seu texto, assim como a campanha da Dove, é reconfortante.
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