Durante muito tempo eu cobri quase todas as exposições de arte da cidade quando trabalhava como repórter e editora de texto do programa Agenda da Rede Minas. Eu adorava olhar para aqueles quadros e esculturas, mesmo sem poder comprar nenhum. Às vezes eu ficava um pouco triste por não conseguir apreender em mim a beleza ou a mensagem da beleza que via, mas com o tempo entendi que não precisava ter. E não precisava sofrer por não ter.
A beleza é passagem.
Transfiro isso hoje para a moda. Como posso adorar tanto esse assunto sem poder (nem querer) comprar muita coisa? Minhas roupas quase sempre ficam comigo décadas, por isso escolho muito poucas. Nunca fui consumista, sempre soube como gastar meu suado dinheirinho. Então vejo, observo, admiro, às vezes experimento e deixo para trás. Aquela informação de beleza fica comigo e carrego a imagem da cor, textura do material e a ideia. Sou apaixonada por boas ideias, queria tê-las todas para mim antes que nascessem, mas como isso é impossível, sigo admirando a criatividade imensa do ser humano. E me despeço, mesmo que com a sacola vazia. Leve e sem remorso.
Pantalona Blue Banana, que não tenho, mas ficou no meu baú sentimental de roupas lindas imaginadas. Foto: divulgação
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